Capim Grosso, 30 Anos com
Pecados e Progressos
Concebida aos arredores de lagoas, os
primeiros habitantes dessa terra construíram suas moradas e deram vida a um
povoado com promessas de grandeza. Revelado entre os contornos como laços de
sertões, plantou-se uma semente que brotou e se expandiu com galhos enfolhados,
que deu sombra e deu frutos, e projetou um sonho... Abriram-se caminhos para
todos os lados onde o sol brilhou ainda mais. Era um tempo....
Memorizaram-se seus vultos e sua história prosseguiu.
1984. Estava chegando
ao fim o regime militar no Brasil e se levantava a bandeira da redemocratização
com o lema: “Diretas Já!”. Foi também o
ano do plebiscito que deu direito ao povoado de Capim Grosso postular sua
independência política. No ano seguinte foi decretado o fim da ditadura no
país. E precisamente em 9 de maio de 1985 foi outorgada a emancipação de Capim
Grosso. Uma nova página na história...
30 anos depois... Na trajetória desses anos, muito do bom e do
ruim aconteceu. Capim Grosso cresceu constantemente, desenvolveu-se muito mais
que a vizinhança; mas também acompanharam os problemas, os dilemas e as
explorações ao próprio município. Eleições promulgaram seus eleitos, que no
passar dos anos conduziram suas gestões com seus erros e acertos, com pecados e
progressos. Vimos o nosso crescimento ainda que desordenados: ruas serem
pavimentadas, praças modificadas, novos bairros em expansões, muitas obras inauguradas,
o comércio se transformando; vimos o surgimento dos bancos, das rádios, a
diversidade das religiões, as caras de novas gerações; se divertimos com o nosso
público diversificado, com nossas festas populares, o nosso 7 de setembro;
assistimos a nossa pátria costumeira e os nossos conterrâneos serem enterrados.
Convivemos com as nossas quedas e fragilidades: o contrabando, o terrorismo ocultado,
o capitalismo imoral. Convivemos com a falência de muitos conceitos, a
juventude induzida, a cultura maquiada, o futebol em decadência, a
desvalorização de seus artistas, os bichos maltratados. Assistimos a política
especulada, prefeitos caírem em meio aos seus mandatos, a falácia das ruas em
meio ao sistema... Pra nada.
Já estamos em 2015, meados
da segunda década do século XXI. Capim Grosso avançou, mas muita gente não quer
acompanhar a sua vontade de progresso... São 30 anos de emancipação. Pois já é
hora de começar a mudar a cultura política e social; de ser diferente em nossa
região, porque somos diferentes por vocação. Não é mais tempo de continuar a política
conduzida pela dinastia ou pela oligarquia sob o domínio exclusivo dos caciques
e dos especuladores. E quem pensa diferente ainda é renegado. É preciso repudiar
os empresários (comerciantes) egoístas que exploram seus empregados sem olhar
os seus direitos e seus sonhos; repudiar os ricos pobres (ricos de dinheiro
pobres de cultura), que só pensam em acumular riquezas e não trabalham com o
sentimento social de contribuir para uma Capim Grosso melhor; repudiar o eleitor
viciado; o arcaísmo dos vereadores que visam apenas o assistencialismo inculto
como meio de fazer curral eleitoreiro, e ainda estar buscando sempre a sombra
do poder em vez de exercer de fato o mérito da ação politizada; como também é
tempo de repudiar o populismo hipócrita de oposição sem discursos e sem ideias.
O tempo agora é outro
e requerem novas ideias, novos conceitos para novos horizontes. É possível
renovar o pensamento político, promover um discurso moderno, livre para a
análise do povo... E quebrar paradigmas que atrasam os nossos passos.
Esplendoroso Monumento!
Gigante autêntico! Símbolo pátrio de nossa terra! Ergue-se de braços abertos ao
encontro de todos, abraçando-nos briosamente para um novo tempo.
“Pois os teus filhos honrarão a própria terra
Erguendo
as chamas da justiça e da vontade.
Não temas a luta que a morte não te encerra
E
conquistando com teus brios... Ó liberdade!”
Parabéns
Capim Grosso!
Mas fique atento com os seus exploradores!