O DIA DA POESIA
Amanhece... E o sol que faz o
dia
prenuncia o tempo... e o
lamento doloso da morte.
Um anjo torto surge de um
poema triste
que um poeta rouco escreveu
na solidão.
Enquanto um velho arcado vaga
simplesmente
numa rua estreita, pobre... se
entardece
anoitece o tempo com palavras
gastas...
E um beato louco na madruga
se enaltece.
Devaneios n’horizonte!
Hoje é o dia da poesia.
Dos poetas mortos,
dos discursos imortais.
E no profundo sentimento - à
noite escura da alma
um beijo de amor no beco
escuro da vida,
inspira a canção de um
sonhador.
Que embalde aos confins do
universo
se contempla com a beleza de
um poema.
E os versos mais urbanos,
desumanos, tão profanos...
Que a poesia eternizou!
O breu da noite esconde o
rosto de um mito
e um grito no silêncio desperta os ideais.
Então abrem-se os caminhos
para os moços.
Um novo pensamento, uma
grande luz!
Um livro aberto para o povo
e um sino soberano a retumbar.
Eis o dia da poesia!
Poema de Nanal Vilas Boas