terça-feira, 14 de março de 2017

O DIA DA POESIA




O DIA DA POESIA

Amanhece... E o sol que faz o dia
prenuncia o tempo... e o lamento doloso da morte.
Um anjo torto surge de um poema triste
que um poeta rouco escreveu na solidão.

Enquanto um velho arcado vaga simplesmente
numa rua estreita, pobre... se entardece
anoitece o tempo com palavras gastas...
E um beato louco na madruga se enaltece.

Devaneios n’horizonte!
Hoje é o dia da poesia.
Dos poetas mortos,
dos discursos imortais.
E no profundo sentimento - à noite escura da alma
um beijo de amor no beco escuro da vida,
inspira a canção de um sonhador.
Que embalde aos confins do universo
se contempla com a beleza de um poema.
E os versos mais urbanos, desumanos, tão profanos...
Que a poesia eternizou!
O breu da noite esconde o rosto de um mito
e um grito no silêncio desperta os ideais.

Então abrem-se os caminhos para os moços.
Um novo pensamento, uma grande luz!
Um livro aberto para o povo
e um sino soberano a retumbar.

Eis o dia da poesia!


                                     Poema de Nanal Vilas Boas