A CRISE NO BRASIL
Entre 1994 a 2014, mediante
o sucesso do Plano Real, o Brasil viveu seus melhores momentos econômicos de
toda a sua história. Foram vinte anos de grandes avanços na área social, ainda
que a corrupção acompanhasse este período. E principalmente na última década,
houve uma maior inclusão das classes menores aos meios sociais; mais comida na
mesa, mais tecnologia e mais veículos nas mãos dos pequenos, mais acesso às
faculdades, mais entretenimento para os pobres, uma melhora ainda que tímida na
saúde; ou seja, os pobres aos poucos vinham construindo uma melhor qualidade de
vida e acessando aos ambientes dos ricos. Mas os brasileiros já tinham
conhecimento da corrupção existente nos governos e na própria sociedade ao
longo de muitos anos. A Petrobrás desde que ela existiu e as grandes
empreiteiras sempre foram fontes para financiamentos de campanhas eleitorais; e
os governos sempre compartilharam o bolo com diversos partidos; o interessante
é que, o congresso, a mídia, a OAB e a parte mais instruída da população, sempre
souberam desta prática ilegal, inclusive, sempre foi de conhecimento do poder
judiciário. E por que agora tanto espanto com a prática já tão conhecida no
cenário político deste país? Quanta hipocrisia das instituições! É preciso dar
um basta na corrupção! Mas é impossível com esse sistema capitalista, que
explora e corrói a alma dos brasileiros. Os políticos perderam o senso da
responsabilidade, colocando o interesse do poder acima do interesse do país.
Diante de uma crise econômica onde deveriam discutir soluções, tornaram uma
crise política com o objetivo de agravar a situação e enfraquecer a
governabilidade. As instituições não se entendem e o que se pode entender é que
há um conflito social, onde “os grandes não querem sentar junto com os pequenos”,
e segundo o orgulho dos grandes, essa diferença tem que existir para os
direitos de cidadãos; onde para os grandes, a lógica deveria estar “os pequenos
submissos aos grandes e não a igualdade dos direitos sociais”. E o momento é
muito grave. Pois o que se ver: é um governo enfraquecido, um estado falido e
um povo sem memória... E se as
instituições não se entendem, o país se conflita, porque a sociedade está
dividida; e em disputa o país não anda, depara diante de uma política mal
estruturada sob o reflexo da cultura do povo. Um governo impotente e o pior
congresso de todos os tempos. Será que a democracia falhou? Ditadura nunca
mais!... Na verdade há uma falência nas
instituições, nas quais a corrupção e a arrogância são alimentos de todas elas;
onde o governo perdeu a confiança, os partidos perderam a postura, o congresso
perdeu a moral, a justiça perdeu o senso de ser, a mídia perdeu a vergonha e o povo
está perdendo a esperança...
O momento é muito grave, sim! O
impeachment da presidente resolveria o problema ou se tornaria um processo de
golpe agravando ainda mais a crise? No passado a história já mostrou
semelhantes capítulos e quem conhece a História do Brasil poderá discernir
melhor a situação: quais os seus personagens (patriotas e traidores) e quem estar
a favor do povo.
O brasileiro precisa está atento com
tudo que está acontecendo e procurar conhecer melhor os fatos, para saber o que
e de que protestar; e conhecer melhor o histórico de seus políticos para saber
votar melhor nas próximas eleições.
Crônica de Nanal Vilas Boas